Oportunidades e desafios para a construção civil em 2021
A indústria da construção civil deve crescer 4% no ano de 2021. A projeção é do estudo Desempenho Econômico da Indústria da Construção do 2º Trimestre de 2021, realizado pela CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção). Se consolidado, este será o maior crescimento no segmento desde 2013, uma projeção que se estende também para 2022.
No primeiro trimestre de 2021, os lançamentos de imóveis cresceram 39% em comparação com o mesmo período no ano passado, e as vendas subiram 21%. No acumulado de 12 meses, os aumentos foram de 11% e 27%, respectivamente. A alta na disponibilidade, junto com os elevados índices do IGPM, levou alguns especialistas a estimar que a parcela do pagamento da casa própria pode ficar menor que o aluguel, o que pode impulsionar ainda mais as buscas por compras.
Apesar de os empreendimentos serem, em sua maioria, participantes do programa Casa Verde e Amarela, vale acrescentar que uma parte expressiva dos novos imóveis disponibilizados são de médio e alto padrão – segmento que cresceu 64,7% neste primeiro trimestre, em relação ao primeiro trimestre de 2021.
Segundo os especialistas, ficar mais em casa devido à pandemia fez com que as pessoas percebessem a importância de ter um ambiente aconchegante, que lhes permita ficar com familiares, e que minimize eventuais atritos decorrentes do uso deste espaço de forma intensa para home office – as vezes com mais de um adulto dividindo espaços simultaneamente. Isso foi um impulsionador importante para a demanda por novas moradias, junto com as baixas taxas de juros dos financiamentos imobiliários. Além disso, com a maior parte das aplicações financeiras tradicionais se tornando cada vez menos atrativas, houve um aumento na busca dos imóveis como uma alternativa para investir.
No entanto, a indisponibilidade de matérias-primas pode ser um obstáculo que os empresários do setor. Embora já existam planos para contorná-lo, como aumentar a importação para aumentar a disponibilidade, os preços tem subido. O Índice Nacional de Custo da Construção-M (INCC-M), apurado pela Fundação Getulio Vargas (FGV), registrou inflação de 1,24% em julho. Com este resultado, o índice acumula alta de 10,75% no ano e de 17,35% em 12 meses. Segundo o presidente da CBIC, o intenso aumento nos preços dos materiais tem impedido que o setor atinja o nível de atividade esperado.
E o preço é um fator determinante na compra e venda de imóveis residenciais – é o que afirma um levantamento feito pela start up Apê 11. Esse pode ser o motivo que explica a preferência dos compradores por imóveis usados. Segundo o estudo, apenas 11% dos interessados buscam por apartamentos na planta ou em construção, e 18% por remanescentes de incorporadoras. Assim, a preferência por imóveis usados está presente em 70% das intenções de compra, o que se refletiu em um aumento de 90% na quantidade de transações de imóveis usados realizadas no país no primeiro trimestre, em relação ao mesmo período de 2020.
Portanto, o setor da construção civil terá que repensar suas entregas se quiser se aproveitar do crescimento potencial gerado pela atual alta na demanda por imóveis. A figura abaixo representa as principais fases do ciclo de vida de um empreendimento do setor, juntamente com os principais atores da cadeia de valor que estão atuando em cada fase. Cada ator poderá enfrentar diferentes desafios em cada uma destas fases, alguns deles podem ser contornados com soluções semelhantes.
Fases do ciclo de vida das construções, e seus respectivos atores
A seguir, exploraremos alguns dos principais desafios e oportunidades que este momento pode estar gerando para cada ator desta cadeia, e possíveis soluções que podem ser exploradas.
Ator | Desafios / Oportunidades | Soluções |
Construtoras / Empreiteiras |
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Fabricantes |
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Comércio / Varejo |
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Empresas do setor que já tenham processos de planejamento de médio e longo prazo bem estruturados podem ter conseguido antecipar algumas das atuais tendências, e até ter se preparado para capturar oportunidades que seus concorrentes ainda não haviam vislumbrado. Outras podem ter já ter criado novas formas de gerar valor, como a servitização, ou podem estar gerenciando a baixa disponibilidade de materiais através de uma boa segmentação e priorização de clientes.
Como está a sua empresa? Ela se preparou para este momento? Está se preparando para os próximos que, com certeza, se aproximam? Se esta conversa te interessa, entra em contato com a gente. Temos vários cases em empresas do setor, e ficaremos felizes em contribuir para o crescimento da sua empresa também.